É preciso ser incomodado para dizer Não a esta guerra no Líbano que nos enerva há quase um mês? Podemos simplesmente reduzir a questão a uma ofensiva musculada de Israel no Sul do Líbano e lamentar a perda de centenas de vítimas civis, entre as quais um grande número de crianças inocentes? Esta semana, os cronistas do National Post e do La Presse julgaram severamente os políticos que fizeram parte da marcha para a paz no Líbano. André Boisclair (1) e Gilles Duceppe (2), nomeadamente, participaram nesta marcha que teve lugar em Montreal. Barbara Kay, do National Post, foi mais longe afirmando que os dois líderes soberanos são políticos «sem fé nem lei que dirigiram uma manifestação pró-terrorista.» Ora bem, há limites ao escrever que militar pela paz no Líbano significa apoiar o Hezbollah! Os quebecanos, como a maior parte dos seus políticos, não tomaram verdadeiramente parte contra Israel neste conflito que a opõe ao Hezbollah. Desejam apenas uma resolução rápida para o conflito e o mínimo de vítimas civis, tanto no Líbano como em Israel.
Até agora, admitamos que o Líbano sofre mais com esta guerra que Israel. O balanço é terrível, segundo os dados da Agência France Presse: 1115 libaneses mortos, dos quais 1000 civis e 3600 feridos. Entre os civis, calcula-se cerca de 30% são crianças, o que ultrapassa a imaginação. Perto de um milhão de deslocados e 220 000 tiveram que sair do Líbano. Isto sem contar com as casas e infraestruturais destruídas pela bombas. não será fácil perceber que o Líbano levará meses, talvez anos para ultrapassar estes 31 dias de bombardeamentos, e estamos ainda longe de um acordo de paz. Em Israel, 120 pessoas morreram vitimas dos roquetes do Hezbollah, dos quais 38 civis. Apesar de se dizerem alguns…
MATHIEU ROBERT-PERRON (tradução joão Entresede)
Artigo do blogue Europe & Us
_____
(1) Deputado na Assembleia Nacional do Quebeque. (N. do T.)
(2) Deputado da Câmara do Comuns no Parlamento do Canadá. (N. do T.)