sexta-feira, janeiro 05, 2007

 

Uma nova página para o livro electrónico

Será que 3 de Janeiro será uma página incontornável na história do livro digital? É pelo menos a intenção da sociedade Plastic Logic, que escolheu esta data para anunciar a construção da primeira fábrica de papel electrónico em grande escala.

Mais concretamente, consiste em fabricar módulos de visualização, isto é, folhas flexíveis de matriz activa, utilizadas na gama de produtos de leitura electrónica «Take anyhere, read anyhere». Desenvolvido a partir de um processo único da Plastic Logic, esta folhas querem-se «finas, leves e sólidas» e sobretudo parecidas com o papel, seu principal rival. Na prática, o utilizador, através de uma ligação sem fios e uma bateria de longa duração, poderá fazer o download de um livro ou de um jornal, não importa onde ou quando.

Sediada em Dresde, Alemanha, a fábrica deverá iniciar a sua produção em 2008, com uma capacidade inicial de um milhão de unidades por ano. A sua construção é possível graças ao financiamento de 100 milhões de dólares angariados pela Plastic Logic, nomeadamente junto da Oak Investment Partners e da Tudor Investment.

Todos os investidores felicitam-se pela sua participação no projecto e dizem-se confiantes, como relata Bandel Carano da Oak Investment Partners para quem a «Plastic Logic desenvolveu uma tecnologia de ponta que vai transformar o comportamento das pessoas com os media». As previsões de produção são igualmente optimistas com 41.6 milhões de unidade previstas para 2010 e um mercado de 30 mil milhões de dólares até 2015.

Se por um lado os responsáveis da Plastic Logic apostam no seu projecto, por outro reconhecem que actualmente a leitura em suportes digitais (computador portátil, telemóvel, PDA,...) não convenceu os utilizadores apesar da generalização dos mesmos e de uma maior consciencialização dos impactos ecológicos que o papel acarreta. Com efeito, se há uns anos, o livro electrónico era objecto de numerosos debates e de múltiplos protótipos, até agora nenhum teve êxito. Agora, que um primeiro protótipo foi apresentado, resta-nos esperar por 2008 para a análise final do produto e comparar as suas vantagens económicas (custo, sistema de compra de conteúdos,...).


Astrid Girardeau

Artigo publicado em Ecrans. 4.01.07. (Proposta de tradução por João Machado-Entresede).

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