quinta-feira, setembro 14, 2006

 

EUGÉNIO DE ANDRADE: ENTRE A LUZ E O SILÊNCIO

«viver é iluminar
de luz rasante o vagar do corpo»

Eugénio de Andrade gosta destas definições afirmativas, das quais despe «a camisa quase triste das palavras». Esta ideia poderá ser um bom ponto de partida para penetrarmos na sua obra: sob o signo da poesia, a vida deve ser luz, luz que não desapruma, destruindo tudo, mas que vem ao encontro dos relevos do real abraçando os raios oblíquos, quase horizontais. Esta iluminação intensa tem lugar no interior do corpo, não remete para nenhuma transcendência, mas instala-se sem jamais o transbordar, no campo intrínseco das possibilidades: «É no interior que a boca está iluminada.»
(...)

Patrick Quillier
(tradução por: joão Entresede)

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