quinta-feira, setembro 14, 2006
Grupo de extrema-direita reivindica atentado de Diyarbakir
A organização de extrema-direita Brigadas da Vingança turca (TIT em turco), reivindicou a autoria do atentado à bomba que terça-feira matou dez pessoas, sete delas crianças, em Diyarbakir, cidade de maioria curda.
Esta informação foi recebida com cepticismo pelas autoridades policiais.
Segundo o canal de televisão Star e a agência de notícias pró- curda Firat, o grupo, além de reconhecer que levou a cabo o atentado, mostrou no seu site da Internet uma fotografia da suposta bomba utilizada.
Na sua página, o TIT, que promete cometer novos atentados em resposta aos ataques perpetrados na Turquia por rebeldes curdos, afirma ainda que "o melhor curdo é o curdo morto".
Num comunicado, esta organização de extrema-direita, afirma que o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, siglas em turco) matou polícias turcos, soldados e jovens em vários lugares do país.
"Prometemos sob a nossa bandeira que, por cada turco que o PKK mate no ocidente, nós mataremos dez curdos em Diyarbakir. O sangue dos não-turcos logo será derramado no chão", asseguram num comunicado.
Segundo fontes da polícia, o engenho utilizado tinha sido colocado num tubo de gás escondido numa câmara frigorífica e activado por controlo remoto através de um telefone portátil.
A bomba, mostrada na página web do TIT, coincide com a descrição dada pela polícia.
TIT é uma organização terrorista de extrema-direita, cuja origem remonta aos anos 70 e que posteriormente assumiu a autoria da tentativa de assassínio de Akin Birdal, presidente da associação turca de direitos humanos, no início dos anos 90.
A explosão ocorreu às 21:00 locais (20:00 de Lisboa) de terça- feira no parque de Kosuyolu, no bairro pobre de Baglart, e perto de uma estação de autocarros.
Segundo a agência de notícias Anatólia, três dos feridos morreram posteriormente num hospital da zona devido à gravidade dos seus ferimentos.
As lojas de Diyarbakir não abriram quarta-feira as suas portas em protesto pelo sucedido e as autoridades declararam três dias de luto oficial.
Agência Lusa